31 julho, 2012

cap. 16 - " ... para todo o sempre"

Bem, eu sei que disse que só conseguiria postar daqui a uns tempos... Mas consegui anda arranjar um tempinho antes de me ir embora e escrever o próximo capitulo :b Espero que gostem

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“De: 9********1
Oi, espero que esteja tudo bem com você J E que o nosso jantar de amanha também J
Beijos, David Luiz”

Ao ler aquela mensagem um enorme sorriso surgiu no meu rosto, talvez aquela fosse a oportunidade de tudo ficar bem entre mim e o David. Guardei o número dele e só depois respondi á sua mensagem

“Para: DavidL.
Olá, é claro que o nosso jantar de amanha continua J E sim, estou bem espero que tu também estejas. Mas eu vou dormir que amanha acordo cedo :b
Beijo”

Pousei o meu livro, coloquei o alarme e pus o telemóvel debaixo da almofada como fazia sempre e devido ao cansaço, mal fechei os olhos adormeci com o David na cabeça, tal como acontecia sempre no último mês. O dia seguinte passou normalmente, tinha trocado umas quantas mensagens com David a dizer a minha morada e quando estava a chegar a hora da saída começava a ficar nervosa, as meninas desejaram-me boa sorte e fui logo directa a casa onde tomei um banho demorado, quando saí da casa de banho vi que já só tinha quarenta minutos. Fui para o quarto e procurei algo para vestir e depois de vinte minutos parecia que tinha acontecido a terceira guerra mundial no meu quarto pois estava cheio de roupa e sapatos por tudo quanto era sítio.

Vesti-me rapidamente e pus uma maquilhagem bastante simples e nada pesado e o cabelo deixei-o ficar com os seus jeitos que tanto gostava.  Quando já estava pronta vi que já tinha uma mensagem do David a dizer que já estava á porta, mudei as coisas para a mala castanha, deixei um bilhete para a minha mãe caso ela chegasse primeiro que eu e passei pelo espelho uma última vez. Finalmente sai de casa e vi David encostado á porta do seu carro, estava lindo, mais do que estava habitualmente. O meu coração, por razão desconhecida, começou a bater descompassadamente, começava a ficar nervosa e isso não me agradava.

- Desculpa a demora – Disse depois de cumprimentar David

- Valeu a espera! ‘Cê tá linda – Disse David olhando-me de cima a baixo reparando na minha vestimenta

- Oh, estou normal! – Corei – Mas tu também estás muito bonito! – David envergava uma uma camisola branca em V com um casaco de fato preto e umas calças de ganga escura. Estava sem dúvida nenhuma lindo e charmoso.

- P’ra tentar fazer concorrência a você!Ri-mos os dois

- Acho que assim vou ficar mais vermelha que um tomate – Disse acanhada – Vamos? – Pedi numa tentativa que David parasse de me pôr sem jeito e ele riu

- Vamo’

No carro a conversa foi animada e quando dei por nós estávamos num restaurante lindo no Guincho. A fachada do restaurante era bastante simples mas bonita e quando entrámos fiquei maravilhada


parte de fora do restaurante
Ena, isto é lindo – Constatei quando já estávamos sentados na nossa mesa mesmo com vista para o mar

vista do lugar de Juliana e David

- Ainda bem que gostou – Sorriu-me e retribui-lhe

O resto do jantar correu bem, David falou-me mais sobre ele e eu falei mais sobre mim, falamos ambos dos nossos gostos e preferências e no final, despois de uma grande discussão sobre quem pagaria, David pagou

- É injusto! Eu podia perfeitamente ter pago a minha parte… - Reclamei já fora do restaurante

- Mas se fui eu que paguei não tinha jeito nenhum ser você a pagar

- Mas isso é cliché! Isso era no tempo dos nossos avós e dos nossos pais que se dizia que o homem é que tinha que pagar

- Não é cliché – Entrámos dentro do carro e vi David a conduzir para algum sítio sem ser a minha casa, mas estava a gostar tanto daquele serão que nem me importei – É romântico, ou pelo menos nos tempos dos nossos avós e pais era…

- Tempos diferentes, as coisas evoluíram… E o que antes era romântico, agora virou cliché

- Depende do seu ponto de vista

- Sou daquelas pessoas que gosta de ter o ponto de vista que é do contra – Rimos os dois – Estou a falar a sério, gosto imenso ser do contra ás vezes só mesmo para chatear as pessoas. Por exemplo, se fosses tu a dizer que era cliché eu iria dizer que era romântico, só mesmo para ser do contra – Voltamos a rir os dois

- Já reparei que sim – Disse David desviando o olhar da estrada e olhando-me, sorri-lhe e vi um sorriso também nascer no seu rosto. Continuamos a conversa e passado um pouco reparei que estávamos a ir para o sítio onde tudo começou, assim que David estacionou e ao sair do carro eu sorri ao recordar o nosso dia

- Posso saber porque está a sorrir? – Perguntou-me assim que já estávamos lado a lado


- Estava apenas a recordar o dia que passamos aqui… - Ele também sorriu, sentámo-nos num banco que lá estava e depois de algum tempo em silêncio olhei para David e perguntei o que já á algum tempo me estava na cabeça – David… - Ele olhou para mim – Ontem, no hospital antes de o médico entrar… - Em meros segundos recordei as palavras de David “Você não percebe pois não?” O que me ias dizer? – Assim que fiz aquela pergunta David voltou a olhar em frente e a pregar o seu olhar no mar negro, fazia-se sentir um vento no ar, mas nada que não se aguentasse, vi-o a suspirar e a voltar a pregar o seu olhar em mim

­- Você e diferente sabe? De todas as outras garotas, mesmo que eu tenha dito o contrário… - Aquilo não estava a fazer o menor sentido – Não suportei ver você com o Diogo, era como se estivesse a ver uma grande parte de mim fugir… Sabe aquele medo que você tem de perder algo que não é seu? Eu fiquei com esse medo e voltei a subir os meus muros Ia falar para perguntar o porque mas David interrompeu-me‘Cê lembra do dia em que estivemos aqui? Quando você foi comprar os hamburgers?Acenei que sim com a cabeça – Lembra de ter ficado á espera que eu acabasse o telefonema? E depois de me ter perguntado se eu estava bem? ­– Voltei a acenar que sim com a cabeça e a recordar mentalmente

“Flash back – on –
 Paguei e depois voltei para o carro, onde David me esperava. Quando entrei no carro, notei que o semblante de David tinha ficado carregado, algo que me preocupou
Desculpa estar-me a meter mas... Estás bem?
- Sim, nada que não passe não... Bem, onde quer ir comer? 
Flash back – off – “

- Então… Tempos antes de conhecer você, eu tava junto com uma rapariga, nós começamos lá no Brasil mas depois eu vim para cá, continuámos o namoro mas as coisas ficaram complicadas… Mas sempre que eu podia eu ia lá visitar ela e um dia preparei uma visita surpresa, ninguém sabia de nada somente minha mãe que me ajudou… Aí eu tinha as chaves de casa dela e entrei sem a avisar e bom… O que vi na sala não foi algo muito bom, vi meu mundo a desmoronar, vi a mulher que eu amava deitada na cama com outro… - Ouvir aquilo custava-me, David estava a sofrer e isso custava-me. Ele parou por uns instantes e eu agarrei a sua mão como que dando-lhe força, ele sorriu apertou a minha mão com mais força e depois continuou – Ela naquele momento não me disse nada, mas depois de eu voltar para Portugal os seus telefonemas e mensagens pedindo desculpas eram constantes… E ai houve um dia que ela veio cá numa tentativa de ficarmos juntos, a gente teve alta discussão e depois ela foi embora… Nunca mais me tinha ligado até aquele dia dizendo que ainda gostava de mim e que tava arrependida…

- Wow, desculpa David, não sabia nada disso…

- Deixe-me acabar… - Calei-me e esperei que ele continuasse – E agora ‘cê tá aqui á minha frente, a virar meu mundo ponta-cabeçeira! A fazer com que voltasse a querer só uma única pessoa! Eu tive medo de a perder para o Diogo e você nem é minha! Vi em si tudo o que sempre quis, esse seu jeito de ser e de estar… Esse seu jeito de menina/mulher me fascina, tudo em si me fascina e me dá uma vontade enorme de a ter para mim para todo o sempre!

- David… - Disse assim que o vi a aproximar a sua cara da minha

-  Não diga nada... - David aproximou a sua cara da minha, levou a sua mão ao meu pescoço e beijou-me e pela primeira vez deixei-me levar pelo momento. Não demorou muito até que a sua língua começasse num bailado perfeito com a minha e naquele momento sentia-me feliz. Não sabia o que se iria passar depois daquilo, mas naquele momento estava feliz. Quebrei o beijo quando precisava de recuperar a respiração e ambos sorrimos, ficamos naquela troca de olhares em silêncio durante algum tempo até que eu quebrei o silêncio






E agora?
O que irá Juliana dizer a David? 
E como vai ser daqui para a frente? 

Informação*

Olá :)

Não venho aqui com nenhum capítulo, até porque o próximo só deve vir dia 6 que é quando eu venho de férias... Vou para um sítio onde não tenho net logo não me vai ser possível vir aqui ao blog, mas prometo que assim que voltar ponho logo aqui um capitulo novo!
Espero que não desistam da minha fic e que estejam a gostar :b

Beijinhos,
Ju

29 julho, 2012

cap. 15 - "Sim"

"- Acho que já sei o que vem daí... Mas desembucha linda - Respondeu-me Andreia sempre disposta a ajudar-me
- É que... Bem o David pediu-me para ir ter com ele hoje, mas eu não sei se hei de ir...
- Ju, vai! Fala com ele, resolvam as coisas e não fujas! Vê no que as coisas dão e depois pensa só no presente, não no que aconteceu nem no que pode vir a acontecer...
- Mas e se ele já não me quiser ver?
- Ju, já estás a inventar desculpas... 
- Não estou a inventar desculpas nenhumas, mas é verdade... Ele já deve ter desistido
- O David não vai desistir, não depois do que ele ouviu ontem da tua boca
- Estiveste a falar com ele? 
- Sim, estive eu e o Ruben... 
- Achas que eu deva ir? 
- Vai e não tenhas medo como já te disse... Mas agora tenho que desligar, vou jantar fora com o Fábio e vou-me arranjar
- Tenham uma boa noite e portem-se mal! - Disse visivelmente a gozar com ela
- Ah-ah que piada! Beijos e pensa no que te disse"

Assim que Andreia me desligou o telemóvel, não foi preciso pensar muito para me decidir no que iria fazer.

- Não sejas cobarde! Vais lá e falas com ele, é só falar não é nada de mais! - Disse para mim própria tentando-me convencer que não era nada demais. E talvez fosse isso mesmo.

Peguei no meu telemóvel e nas chaves de casa, pu-los na mala e saí de casa, apanhei o autocarro e depois o metro e em 20 minutos já estava no hospital.

- Olha desculpe, será que é possível ir visitar o David Luiz que se encontra no quarto 223? - Pedi á senhora já de idade que se encontrava na recepção


- A menina chama-se Juliana Seabra certo? - Perguntou-me com um sorriso doce no rosto


- Sim sou eu, mas como sabe? - Perguntei numa tentativa de saber como é que a senhora sabia o meu nome


- O menino David tem estado o dia todo á sua espera... Pode subir - Disse-me apontando para o elevador 


- Ah, muito obrigada - Sorri-lhe e continuei o meu caminho até entrar no elevador

De repente um nervoso miudinho apoderou-se de mim. Perguntava-me como iria correr a conversa e no que iria dar. Não demorei muito mais tempo a chegar á porta do seu quarto até porque fui num passo bastante apressado. Quando cheguei á porta do seu quarto ainda hesitei por uns segundos, não sabia se continuava ou se voltava para trás. Acabei por me lembrar das palavras da Andreia e entrei no quarto onde David se encontrava deitado com um ar aborrecido e com um comando na mão a fazer zapping. Assim que entrei David olhou-me e sorriu-me com o seu sorriso contagiante e lindo que eu tanto gostava

- 'Cê veio... - continuava com aquele sorrisão

- É, parece que sim - Ao contrário de David, não consegui sorrir, estava demasiado nervosa

- Fiquei pensando que não vinha 


- Por momentos também eu - Vi o seu sorriso a desaparecer, não era isso que eu queria e um enorme sentimento de culpa apoderou-se de mim. - Desculpa... - Acabei por pedir na esperança que me fizesse sentir melhor, algo que não chegou a acontecer.

- Não tem mal - Não lhe respondi, não sabia o que dizer. Ficamos em silêncio e eu continuava encostada á porta - 'Cê vai ficar ai para ser mais fácil fugir? - Aquela pergunta irritou-me, eu não iria fugir mais vez nenhuma. Eu tinha ido ao hospital com o intuito de resolver as coisas entre nós, mas talvez não desse, talvez não estivesse destinado a ser.

- Talvez seja por essa tua estupidez que eu não vim mais cedo e nem te procurei durante este tempo todo - Não falei de modo rude nem brusco, mas foi o suficiente para David desculpar-se

- Desculpe... Acabei falando da boca para fora 


- Parece que ultimamente é o que mais fazes... 


- É daqui a nada também a culpa é toda minha! Você é que andou a beijar o outro! 


- Olha David se é para isto vou-me já embora! Vim aqui para resolver as coisas, mas já vi que isso é algo impossível... 


- Não vá, por favor! Desculpe... - Desculpou-se mais uma vez David

- Estou cansada que peças desculpa, afinal o que queres? Tanto como pedes desculpa como me atiras á cara o que aconteceu com o Diogo, eu já te expliquei que estava bêbeda 


- E ele? Tava? 


- Se ele estava ou não, não é para aqui chamado..


- Você não me respondeu... 


- O que tem se ele estava bêbedo ou não? Estamos aqui para falar de nós, não do Diogo... E eu, não gosto do Diogo! - David manteve-se em silêncio e passado um bocado falei - Mas e porque é que tudo tem que se basear no Diogo?!


- Porque ele beijou você!! - Disse David elevando um bocado a voz e fazendo um gesto estranho com as mãos.


- E eu já te expliquei que aquilo não foi nada!! Mas afinal qual é a tua cena David? Não me és nada, porque isto tudo com o Diogo? 


- Você não percebe pois não? - Quando David ia a entrar uma enfermeira entra no quarto para a medicação de David. Eu fiquei sentada em silêncio sempre atenta aos seus movimentos, não demorou muito tempo até a enfermeira sair e assim que ela saiu um silêncio enorme invadiu a sala. Esperei que David continuasse, mas ele não o fez.

- Tens estado bem? - Aquela pergunta era um bocado, grande, fora do contexto. Mas eu não sabia o que fazer ou dizer

- Sim, devo ter alta já amanhã de manha...

- E depois?

- Depois fico em repouso durante duas semana... Amanha 'cê vem jantar comigo? - David mudou de assunto muito rápido e pediu-me pegando na minha mão e acariciando-a

- Amanha? Não é suposto ficares em repouso? - Eu queria, mas também estava preocupada com ele

- É só um jantar... 'Cê vem?

- Sim... - Acabei por dizer passado algum tempo em silêncio a ponderar se iria ou se não. Não fazia mal nenhum, era só um jantar... Pelo menos, eu tentava mentalizar-me desse modo. Assim que aceitei o convite na cara do David abriu-se um sorriso do tamanho do mundo, um sorriso que eu dava por mim a querer ver cada vez mais frequentemente e a amar cada vez mais.

- Então depois amanha pego você ás sete e meia tá bom p'ra você?

- Sim, saio das aulas ás seis dá tempo... - Sorrimos os dois ao mesmo tempo e perdi-me nos seus olhos castanhos esverdeados - E vamos jantar onde? - Perguntei quando despertei do meu transe

- Não digo não! - David continuava com aquele sorriso irresistível na cara

- Oh vá lá! - Disse fazendo beicinho

- Não seja curiosa! Para que quer saber?

- Ahhhh... Para... Para... Então! Para saber o que vestir! - Disse a primeira coisa que me veio á cabeça, não foi muito convincente, mas pronto... David riu-se com a minha desculpa esfarrapada

- Se é por isso vista algo bonito, algo ainda mais bonito do que costuma usar no seu dia-a-dia! - Entretanto o meu telemóvel toca, fiz um sinal ao David para esperar e atendi


"- Fala princess - Disse assim que vi que era Inês 
- Onde andas? Saíste da escola á pressa, eu e a Mariana estamos fartas de te mandar mensagem e tu nada!  
- Vim ver o David... Mas o que queriam? 
- Era mesmo por causa dele que queríamos falar contigo! 
- E o que tem? 
- Achas que podes vir ter connosco ao Colombo? Jantamos aqui e depois falamos... 
- Connosco quem? 
- Eu e a Mariana duuh! 
- Ah, sim está bem... Encontramo-nos onde? 
- Nós estamos á frente do burger king 
- Então eu já vou ai ter com vocês... Beijos" 

- David, eu tenho que ir embora... Depois amanha fico á tua espera está bem? - Perguntei assim que desliguei a chamada com Inês

- Tudo bem... Mas olhe? Me dá seu numero? - Ia responder mas David interrompeu-me - Para depois me dizer a sua morada... 

- Sim, não é preciso justificares, tens algum sítio onde possa apontar? - Ele estendeu-me o seu telemóvel que estava numa pesa ao lado da sua cama e eu apontei lá o meu numero - Pronto, agora é só guardares - Dei-lhe o telemóvel - Mas agora tenho que ir, até manha! - Disse já quando estava a porta do quarto

- Tá bom, até manha se cuide! - Sorri-lhe como resposta

Como estava perto do Colombo, decidi ir aquele caminho a pé e em menos de dez minutos já estava na zona de restauração á procura da Mariana e da Inês, não tive que as procurar muito tempo porque avistei-as rapidamente. Antes de me juntar a elas passei pelo burger king e fiz o meu pedido.

- Então... Tu e o David... - Começou a Inês quando me sentei

- É, o que se passa entre vocês os dois? - Continuou a Mariana

Sabia que não podia fugir mais, o momento tinha chegado. Teria que lhes contar o que se andava a passar ultimamente e sabia que se fugisse elas arranjariam maneira de me pôr estre a espada e a parede... E elas eram as minhas melhores amigas e tinham o direito de saber a verdade.

- Não se passa nada entre nós os dois... - Aquela era a verdade, não se passava entre nós os dois!

- Sim, e nós somos o pai natal disfarçadas de raparigas! - Ironizou Inês

- Estou a falar a sério, não se passa entre nós os dois, pelo menos não da maneira que estão a pensar... 

- Então de que maneira? - Perguntou logo a Mariana

Contei-lhes tudo o que se passava, contei-lhes o quase beijo entre mim e o David e quando eu fugi, o que se tinha passado com o Diogo e que o David tinha visto, a minha conversa com o David de manha e depois quando Diogo se declarou a mim, contei-lhes depois a conversa que tinha tido com o David mais tarde, também contei a conversa que tinha tido com Ruben e Andreia no dia anterior e por fim contei o que se tinha passado á minutos atrás.

- Calma lá! O Diogo gosta de ti?! - Perguntou Inês bastante chocada

- Pelos vistos parece que sim, mas também me parece que aqui a única chocada com isso és tu... - Disse referindo-me já para Mariana e tanto eu como Inês ficamos a olhar para ela

- O Diogo já me tinha dado a entender isso e então com este vosso afastamento isso confirmou tudo, por isso é que tenho insistido para falares com ele... - Explicou-se Mariana

- Eu já lhe mandei imensas mensagens, ele é que nunca responde 

- Mas tu gostas do David? - Perguntou-me Inês

- Não sei se gosto do David e mesmo que gostasse seria algo impossível!

- Impossível porque? Se tu gostas dele e suponho que ele também goste de ti por tudo o que disse e fez, não é impossível - Disse Mariana

- Mas ele é de um mundo completamente diferente do meu e as coisas acabam por ser mais complicados do que as pessoas pensam

- Talvez tu é que estejas a tornar as coisas mais complicadas do que são... Ju, tu sabes que eu gosto muito do Diogo, mas se é com o David que te sentes realmente feliz porque não aproveitas? 

- Porque as coisas não são bem assim Mariana...

- Talvez sejam! Nós já tínhamos visto como vocês olham para os outros e reparamos na felicidade com que chegaste ao bar quando passaste o dia com ele! Permite-te ser feliz, porque tu mereces, mesmo que penses que não! - Interveio também Inês.

- E o David não é igual ao Rodrigo... - Acabou Mariana

- Eu sei que não... Mas tenho medo que no fim me magoe, que a minha vida esteja exposta em tudo o que é capa de revista, tenho medo que ele acabe por encontrar alguém melhor que eu e se farte de mim, tenho medo dos longos períodos em que ele vai para fora... Não sei...- Acabei por admitir tudo aquilo pelo que eu receava

- Não tenhas medo, se ele gostar realmente de ti nunca te vai fazer isso! E quanto ás revistas é uma questão de terem cuidado - Disse Inês

- Talvez... Mas amanhã vou jantar com ele, depois logo vejo no que as coisas dão... 

- Não recues e tem calma... Ele parece ser uma grande pessoa - Comentou Mariana

Continuamos a conversa durante algum tempo até que cada uma foi para sua casa. Mal cheguei a casa fui para o meu quarto, vesti uma camisola larga e umas leggings - que era quase sempre os meus pijamas - deitei-me na cama a ler o meu livro quando sinto o meu telemóvel a vibrar, peguei-o para ver de quem era e reparei que era um numero desconhecido.

22 julho, 2012

cap. 14

- Não se vá embora... - Ouvi David dizer ainda meio a custo devido ao efeito dos sedativos. 

Ouvir aquela voz fez-me parar, ainda de costas fechei os olhos e dei um sorriso discreto. Estava feliz por ouvir aquela voz e saber que finalmente estava acordado. Voltei e encostei-me á porta sem nunca me aproximar dele

- Já acordas-te... - Constatei o óbvio com um sorriso na cara e David também sorriu - Sentes-te bem? - Não pude evitar a minha preocupação

- Dói-me só um pouco a cabeça... 

- Mas queres que eu vá chamar o médico? 

- Não, quero que fique aqui comigo... 

- Ouviste o que eu disse? - Perguntei meio a medo da sua resposta

- É, parece que sim... - David respondeu e notei que David sorriu ligeiramente com o canto direito do seu lábio a elevar-se um pouco

- Bem, eu vou chamar o médio e também tens pessoas lá fora que estão desejosas de te ver - Voltei a virar as costas com o intuito de fugir

- Eu não quero falar com elas, quero falar com você! - Voltei a virar costas para ele - Não fuja mais uma vez... - Pediu olhando-me nos olhos

- David, vou chamar o médico e depois vais ver as pessoas que te amam e que estão preocupadas contigo

- Oh... Amanhã volta por favor? Para falarmos... - Mais uma vez, David pediu olhando-me com aqueles olhos lindos 

- Não sei... - Acabei por responder passado alguns segundos em silêncio - Amanha tenho aulas, depois vejo... Cuida de ti! 

Virei costas sem lhe dar tempo para me dizer mais alguma coisa, sabia que se ele pedisse mais uma vez eu iria acabar por não lhe resistir e acabaria por dizer que iria ter com ele, coisa que eu não sabia se ia fazer ou se não. Antes de voltar para junto deles chamei o médico e depois juntei-me a eles e Ruben mal me viu veio em minha direção

- Então? - Entendi perfeitamente o sentido daquele "então" mas mesmo assim, preferi responder-lhe com outro assunto

- Ele já acordou, o médio foi lá mas ele diz que o podem ir visitar á mesma... Podem ir dois a dois!


- Não me referia a isso...


- Eu entendi, mas se quiseres saber alguma coisa vai falar com ele... Bem pessoal, eu vou-me embora que amanha tenho aulas! - Disse esta ultima parte já mais alto para todos ouvirem

- Espera só um pouco Ju, deixa-nos ir ver o David que depois vamos os três juntos... E a esta hora já é tarde para ires de metro! - Respondeu-me Márcio

- Eu não vou morrer se for agora de metro, até porque estou super cansada e não quero que estejam a apressar as visitas, até porque eles estão a abrir uma enorme excepção porque a esta hora ele não devia estar a receber ninguém. Por isso vocês ficam ai que eu vou para casa, já é tarde e como disse estou cansada - Depois de falar despedi-me de todos com um beijinho no rosto e pus-me a caminho para fora do hospital.

Quando já tinha saído do hospital ouvi alguém a correr apressadamente e a chamar o meu nome, olhei para trás e vi Andreia, parei e esperei que ela chegasse até mim

- Ena rapariga já te estou a chamar á imenso tempo! - Reclamou enquanto acalmava a respiração

- Oh desculpa, estava distante... - Os meus pensamentos estavam no David e na nossa pequena conversa

- Estavam num quarto de hospital? - Perguntou Andreia sempre muito perspicaz. Era impressionante como para Andreia eu era transparente e isso só o era para Diogo.

- É,  parece que sim... - Não valia a pena mentir-lhe, ela já o sabia

- Anda, eu levo-te a casa e aproveito e falo contigo...


- Não é preciso a sério, é só uma estação no metro e depois um autocarro...


- Sim, mas já se faz tarde e não me incomodas... Até porque como disseste eles ainda são alguns e ainda volto a tempo...

- Oh, esta bem... - Sabia que não valia a pena contrariá-la por isso acabei por aceitar

- Como tens estado? - Perguntou Andreia depois de ligar o carro


- Bem... 


- Não foi muito convincente


- Eu não ando mal, a sério que não... Ando distante só... As coisas estão confusas para o meu lado


- O David contou-me que tu e o Diogo se tinham beijado... 


- Mas ele não quer contar a mais pessoas?! - Acabei por perguntar meio chateada, perguntava-me quem mais saberia... 


- Está descansada que ele só falou comigo e com o Ruben, esta história toda bateu-lhe forte...


- Eu e o Diogo beijamo-nos mas não passou disso... Além do mais eu estava bêbeda e eu já disse isso ao David, ele é que preferiu julgar-me em vez de me tentar perceber


- Ele disse aqui... 


- Aquilo da boca para fora e ele ás vezes diz as coisas sem pensar - Acabei a frase de Andreia - Sim eu sei e já tive esta conversa com o Ruben... Andreia - Fiz uma pausa, suspirei e virei-me mais para ela - O David apenas se deitou na cama que fez... Eu não queria estar assim com ele, a sério que não. Mas ele também não tinha o direito de me julgar e chamar-me de interesseira! 


- Eu entendo-te e tens toda a razão, mas será que não lhe podes dar uma segunda oportunidade? Toda a gente merece uma...


- Eu sei disso, a sério que sei... - Sabia o que eram segundas oportunidades, muita gente tinha-me dado uma - Mas não sei se valerá a pena... 


- Como assim? 


- Somos de mundos tão diferentes... 


- Mundos diferentes completam-se


- Andreia... Eu não sou ninguém percebes? Eu não tenho o passado perfeito... Aliás, estou longe de ser perfeita... O que é que ele foi ver em mim? Não sou nada como vocês, não tenho nada... 


- Mas porque é que pensas assim? O David interessou-se por ti, tal como és por dentro e não por fora... Até porque nem sei o porque dessa insegurança tu és linda e tens um corpo invejável... 


- Mas somos de mundos diferentes! - Voltei a repetir - E ás vezes, eles não se completam... 


- Acho que estás a ser casmurra e a ver problemas onde eles não existem...


- E eu acho que o simples facto de ele ser o David Luiz ajuntando-se ao simples facto de ele me achar interesseira são problemas... 


- Ele é o David Luiz dentro das quatro linhas, fora é o David, uma pessoa completamente igual a ti e a mim e a todos os outros... O David já passou por muito, ver-te a beijar o Diogo depois o que se passou entre vocês fez-lo recordar o passado 


- Para mim, dês que o conheci que não vejo o David Luiz, vejo sim o David... Mas as outras pessoas não são assim! O ele ter passado por muito ou não, não significa que ele me possa comparar ao seu passado! 


- Tens toda a razão, mas ele está arrependido... Dá-lhe outra oportunidade, não te vais arrepender! Nem que seja só como amigos.... - Íamos á conversa e eu ia-lhe dando as indicações da minha casa, assim que chegamos Andreia ficou "chocada" por ver que era um bairro social - Moras aqui? 


- Sim e acredita que não trocava isto por nada! 


- Mas não acaba por ser conflituoso ás vezes? - Andreia estava a falar como que a medo que eu levasse a mal - Nem acaba por levar pessoas por caminhos mais errados? 


- Não é conflituoso, aqui praticamente toda a gente se conhece. Claro que há aqueles desacatos, mas isso é normal... Tanto se leva as pessoas por caminhos mais errados num bairro social como num local de ricos... 


- Alguma vez foste por esses caminhos? 


- Infelizmente já... Meti-me nisso porque não queria perder o rapaz a quem eu achava que amava na altura, acabei por estragar a minha vida foi o que foi! Mas felizmente consegui abrir os olhos antes que fosse tarde de mais, acho que a morar num bairro destes tem-se mais a noção do que acontece se seguires esses caminhos...


- Como assim? 


- Por exemplo, eu moro na parte velha do bairro, como podes ver esta parte são casas térreas e depois mais para a frente já tens os prédios... Na parte onde eu moro é mais as pessoas antigas do bairro e como é lógico as drogas não vêm dos tempos de hoje, então conheço muitas pessoas que já morreram devido a esses caminhos, que agora estão estragadas por causa disso. Aqui acabasse por ter mais a precessão de onde esses caminhos nos podem levar


- Tu acabaste por ter... 


- Sim, mais vale tarde do que nunca! Arrependo-me de ter feito o que fiz, mas talvez sem isso não me tinha tornado a pessoa que era hoje... 


- Se pudesses mudar alguma coisa, o sitio de morar era uma delas? 


- Não! Acredita que não... Por exemplo, no sitio onde tu moras conheces muita gente? 


- Não... Só tenho a relação de bom-dia e boa-tarde com os vizinhos do lado


- Vez? É a isso que me refiro, aqui praticamente toda a gente se conhece... Passas na rua e sabes quem é, sabes o seu nome e onde mora... Acabasse por interagir mais! Se bem que depois também existem os correios da manha - Rimos as duas com a minha expressão

- Como assim? Correios da manha? 


- Sabes quando espirras e segundos depois já toda a gente sabe? Bem, aqui é assim mas com a tua vida privada... - Rimos as duas. - Mas bem, eu vou para casa e tu vai lá ter com o teu principe senão ele ainda me mata! - Disse referindo-me a Fábio

- Não te mata nada, ele simpatizou contigo... Aliás, todos simpatizaram! 


- Bem, presumo que isso seja bom...


- Sim, é! 


- Pronto... Mas vá, eu vou embora até manha - Despedi-me de Andreia com dois beijinhos e segui para minha casa enquanto ela seguiu para o hospital.

Assim que cheguei a casa, fui vendo pelas divisões da casa se a minha mãe já tinha chegado, algo que ainda não tinha acontecido. Olhei para o meu relógio e reparei que já eram quase onze da noite, ela devia estar a chegar... Subi até á casa de banho onde me despi e tomei um banho rápido pois estava cheia de sono, voltei para o meu quarto, vesti o pijama e mal que me deitei adormeci.

Acordei no dia seguinte com o habitual despertador do telemóvel, desliguei-o e voltei-me para o outro lado com o intuito de voltar a dormir mas o facto de ter o despertador de cinco em cinco minutos tornou essa tarefa algo impossível. Depois de estar naquela do desliga e liga o despertador, levantei-me e fui arranjar o cabelo, ia passando as minhas mãos molhadas pelos caracóis e depois pus o produto que sempre punha para definir os caracóis. Voltei para o quarto e vesti-me


Pus as coisas necessárias na mala e desci para baixo para ir tomar o pequeno almoço. Preso ao frigorifico com um íman em forma de borboleta estava um bilhete da minha mãe


"Filha, a mãe ontem chegou tarde e hoje também vou chegar... E como já deves ter reparado saí também mais cedo... As coisas andam atarefadas, mas não te preocupes... Tens dinheiro em cima da mesa. Beijos, a mãe ama-te!" 


Bem, a verdade era que aquilo de ela quase nunca estar em casa não era novidade nenhuma, mas pronto... Guardei o dinheiro na carteira e depois de comer e receber a habitual mensagem da Mariana a dizer que já estavam á minha espera saí de casa. Andei o dia todo na lua, ou mais propriamente com os meus pensamentos no David e a pensar se deveria ir ou não ter com ele... Assim que deu o ultimo toque do dia, que era ás seis da tarde, despedi-me deles e fui logo para casa.

Não sabia o que fazer, se por um lado queria ir ter com David e resolver as coisas por outro tinha imenso medo no que a conversa poderia dar... Depois de algum tempo a pensar e sem chegar a nenhuma conclusão, decidi ligar a alguém que eu tinha a certeza que me iria ajudar!

"- Preciso da tua ajuda... - Disse assim que a pessoa me atendeu"

20 julho, 2012

cap. 13

Tinha chegado da escola á pouco tempo, eram seis horas e o jogo começava ás sete e quarenta e cinco. Tinha imensas saudades de ir a um jogo, mas não queria ter que olhar para a cara de David... Assim que cheguei a casa fui direita á cozinha fazer um pão com açucar e manteira com um copo de sumo de laranja, algo que gostava imenso. Depois de comer fui até ao andar de cima e troquei a camisola que tinha usado durante um dia por uma do Benfica e pus o meu cachecol ao pulso, não levei mala por causa da confusão, pus apenas as chaves e o telemóvel no bolso das calças e estava pronta.






Como ficou combinado encontrarmo-nos na casa do Bruno, saí de casa e fui andando... Quando lá cheguei já só faltava a Mariana e pouco depois chegou ela

- Pessoal desculpem o atraso, estive a falar com o Diogo! - Assim que ela disse o seu nome uma tristeza invadiu-me, já tinha saudades dele e á imenso tempo que não falávamos.

- Ele está bem? - Perguntei meio que a medo

- Tu tens o número dele... - Mariana sempre que se falava do Diogo dava a entender que sabia de alguma coisa, mas como eu não queria saber se ela sabia ou se não, não insistia muito mais na conversa

- Está bem - Acabei por responder só mesmo para acabar a conversa

- Mas bem, vamos? Não quero chegar atrasado! - Disse Márcio. Hoje eramos só eu, o Márcio e a Mariana pois eramos os únicos que gostávamos de futebol. Diogo também gostava mas tinha ficado a trabalhar e como Bruno era do Sporting e Inês não gostava de futebol ficaram a namorar.

- Vamos! - Disse eu e Mariana ao mesmo tempo o que nos levou a rir

Como fomos de metro, Mariana e Márcio passaram o tempo todo a namorar e eu estava a ouvir musica, agradeci a todos os santinhos por o tempo de metro da pontinha até benfica demorar meros minutos porque não aguentava muito mais tempo com aqueles os dois no marmelanço.

 Assim que lá chegamos já era quase horas do jogo e aquilo estava a abarrotar de pessoas. O jogo era com o Porto, o que era algo perigoso mas isso não nos impedia de ir ver futebol. Se havia coisas que eu não suportava eram Portistas com a mania que eram bons e isso via-se muito naquele momento, estávamos os três no nosso cantinho em direção ao estádio quando um grupo de 5 rapazes, mais ou menos da nossa idade, com a camisola e cachecóis do porto foram contra o Márcio

- Tão meu? Devem ter problemas de visão vocês! - Márcio não se calou

- Não te estiques! - Vi um deles a vir para Márcio e Márcio também estava a ir na direção dele, agarrei o braço do Márcio e impedi-o de andar mais

- Márcio anda embora, com eles não vale a pena!

- Olha, olha que a menina também se quer meter!

- A menina é a tua avó! Desaparece daqui, segue com o teu caminho para ver o teu clube que nós seguimos o nosso para ver o nosso clube!

- Para além de lampiã és metediça e tens uma língua grande... Não te metas com quem não deves miúda!

- Já te disse que isso tudo é a tua avó! Agora anda Márcio, pessoas como eles não valem a pena - Empurrei o Márcio e ainda os ouvimos a insultarem-nos com nomes menos bonitos e por isso mesmo o Márcio ainda quis dar meia volta e espetar-lhes um soco na cara, nada que não fosse merecido, mas nem valia a pena e para ser realista, eles eram cinco e Márcio apenas um.

- Mor, tá quieto e anda para o jogo! - Implorou Mariana que já estava toda aflita. Nesse caso Mariana era bastante diferente de mim, eu era linguaruda nunca me calava e não tinha medo, já ela calava-se muitas vezes para não arranjar confusão

Depois daquilo seguimos para dentro do estádio sem muitas confusões e fomos para os nossos lugares, que ficavam mesmo ao lado do banco do Benfica onde os jogadores aqueciam. O jogo já estava 2-1 para o Benfica e faltavam apenas dez minutos para o jogo acabar e o estádio todo já estava em loucura total, só se ouvia os no name e pessoas que os acompanhavam. Eu tinha passado o jogo praticamente em silêncio, os meus olhos estavam sempre postos no David algo que Mariana e Márcio já tinham notado, mas eu ignorava-os. Quando faltavam apenas cinco minutos para o jogo acabar, David com um passe de Ruben só não marca golo porque Hulk em vez do pontapé acertar na bola acertou na cabeça de David que ficou deitado no chão sem se mexer e com sangue na cabeça.

Toda a gente que estava presente no estádio levantou-se e ficou a tentar perceber o que se tinha passado e eu? Eu senti o meu coração a bater a mil e as lagrimas a quererem vir-me aos olhos, mas não o fiz. Estava preocupada, mas ao mesmo tempo continuava chateada com o que ele me tinha dito no outro dia na praia... Tinha ficado chateada também porque David não me tinha procurado, sabia que ele não tinha a obrigação de o fazer, mas acho que continuava na esperança que ele o fizesse.

- Onde vão? - Perguntei assim que vi Márcio e Mariana a irem-se embora

- Então, vou ter com eles para ir com o David para o hospital! - Respondeu-me Márcio que entretanto tinha estabelecido uma grande amizade com David

- E eu? - Eu queria ir, estava super preocupada mas não o queria mostrar

- Tu vens connosco e nada de reclamar não te vais a pôr a ir de metro com a confusão toda que vai estar!

- Mas se nós iamos voltar de metro qual é a diferença?

- A diferença é que estavas acompanhada! E agora deixa de refilar, qual é o mal de vires connosco? Afinal vocês também são amigos - Ainda ninguém sabia do que se tinha passado comigo e com David, não falava sobre isso a ninguém e como era boa a disfarçar ninguém me perguntava

- Sim, pois... - Sabia que se me pusesse a arranjar muitas desculpas ia ser suspeito, por isso calei-me e resignei-me

Subimos até aos camarotes onde um segurança não nos deixou entrar por questões de segurança, nenhum de nós estrabuchou porque a verdade era que ele estava só a fazer o seu trabalho. Mariana ligou para Andreia que veio ter connosco e lá entramos nos camarotes onde estavam todos preocupados, ninguém falava naquele camarote e estavam todos pálidos do susto que estavam a viver. Parecendo que não, eles eram como uma família. Os rapazes apareceram e descemos todos até ás garagens, Mariana e Márcio foram no carro de Javi e eu fui com o Ruben a seu pedido.

Assim que entramos no carro de Ruben olhei para ele e vi os seus olhos vermelhos e a formarem pequenas lágrimas, sabia que ele estava preocupado, afinal de contas eles eram bastante unidos. Já tinham todos arrancado para o hospital, mas Ruben continuava a agarrar o volante com imensa força e a lutar para que as lágrimas não caíssem, pus a minha mão do seu braço

- Ruben, ele vai ficar bem... - Disse tentando tranquilizá-lo, assim que falei Ruben abraçou-se a mim e desatou a chorar como as crianças quando os pais não lhes dão um gelado. - Hey - Peguei na sua cara e fi-lo olhar para mim - Ele vai ficar bem! - Disse devagarinho e lutando também para as minhas lagrimas não caírem - Agora recompõe-te e conduz até ao hospital para ires apoiar o teu melhor amigo!

Ruben assim o fez, limpou as lágrimas e finalmente ligou o carro. Estávamos em silêncio até que Ruben o cortou

- Porque vieste? - Perguntou-me desviando o olhar da estrada por uns segundos

- Como assim? - Não tinha percebido aquela pergunta da parte de Ruben

- Nunca mais procuras-te o David depois daquele dia na praia... 

- Como... - Ia perguntar como ele sabia, mas ela mais que obvio que David lhe tinha contado - O David... Ele também nunca mais me procurou

- Foi o que disseste para ele fazer


- Não fui a unica


- O David ás vezes diz coisas da boca para fora - Protegeu o amigo, não o censurava se fosse comigo eu faria o mesmo

- Ás vezes deve-se pensar duas vezes antes de falar


- Isso significa que quando tu disseste para ele continuar com a vida dele e que tu continuavas com a tua não foi da boca para fora? - Não respondi a Runen, não por não querer mas aim porque as palavras não saiam. - Acho que o teu silêncio diz tudo...


- O meu silêncio não diz nada!

- Mas também não diz que não foi da boca para fora... - Entretanto já tínhamos chegado

- Olha, já chegamos não estavas tão interessado em ver o David? - Ruben não respondeu, limitou-se a sorrir.

Saímos do carro e caminhamos até á recepção onde a senhora nos disse que David ainda estava a fazer exames e que não nos podia dizer muito mais, por isso disse para esperarmos na sala de espera junto dos outros que já tinham chegado. Fomos ter com os outros e estávamos á conversa a ver se o tempo passava mais depressa até que o médico chegou e fomos logo até ele

- Ele está bem Doutor? - Perguntou o Ruben

- São os familiares de David Marinho? - Notava-se que aquele senhor alto, com os seus 60 anos, cabelo grisalho e um pequeno bigode não reconhecia ninguém que estava naquela sala. Certamente era daquelas pessoas muito sabedoras e que apenas sabia que David era jogador de futebol quando deu entrada no hospital.

- Não, mas somos os mais próximos que ele tem cá em Portugal...

- Com o impacte do pontapé o David partiu a cabeça e acabou por perder os sentidos momentos depois. Felizmente ele ficou bem e apenas precisou de uns pontos e agora só necessita de descanso. - Todos respiramos de alivio por saber que ele estava bem

- E podemos ir vê-lo? - Não sei porque mas aquilo saiu da minha boca muito rápido sem eu pensar duas vezes, Andreia e Ruben, que eram os únicos que sabiam mais ou menos o que se passava entre mim e o David, olharam para mim e sorriram.

- Sim, mas um de cada vez e o David ainda se encontra sob os sedativos portanto ainda está a dormir


- Quem vai primeiro? - Perguntou Fábio

- A Juliana - Disseram Andreia e Ruben ao mesmo tempo

- Eu? Ahm? - Fui apanhada de surpresa e não percebia o porque de ser eu a primeira visto que eles o conheciam á mais tempo - Mas vocês todos conhecem-no á muito mais tempo


- O tempo não interessa, mas sim a preferência - Disse Andreia

- Qual preferência qual quê!


- Sim, sim pois... Vai lá!

Acabei por resignar-me e ir ver o David, preferia assim "o David ainda se encontra sob os sedativos portanto ainda está a dormir " as palavras do médico ecoavam na minha cabeça, queria mesmo que ele estivesse a dormir. Não o queria encarar.

Assim que entrei no quarto vi David com uma grande compressa na cabeça e com uma maquina ligada ao seu peito. David estava sereno deitado naquela cama de hospital, mas mesmo assim eu não estava serena, o facto de David estar no hospital não ajudava em nada. Arrastei uma cadeira que estava no quarto até á cama onde David estava deitado e sentei-me junto a ele, estive algum tempo em silêncio e a "brincar" com as minhas mãos até que lentamente peguei na mão de David e apertei-a com força e comecei a falar.

- Bem... É estranho estar aqui, depois de tudo o que aconteceu... Passaram duas semanas não foi? Tenho saudades do primeiro dia... Pronto, segundo porque já tínhamos estado juntos na noite anterior, mas isto já sou eu a divagar! - Ri-me sozinha - Para onde é que foste? Quer dizer, onde está o David que eu conheci naquele dia maravilhoso? Não sei, parece que já não és o mesmo... - Fiz uma pequena pausa - Acho que o facto de me teres chamado aqueles nomes horrorosos e me teres julgado sem me deixares explicar foi a razão pela qual eu acabei por desistir... - Respirei fundo e fiquei algum tempo em silêncio - Mas sabes o que é mais engraçado? É que depois de me teres chamado aquelas coisas horríveis eu continuei e continuo a desejar que tu não continues com a tua vida como se nunca me tivesses encontrado. - Olhei para David e deu-me uma vontade enorme de o beijar - Porque? Não acreditaste porque? Julgaste-me daquela maneira porque? Eu contei-te a minha vida toda e dei-te a mostrar quem eu realmente sou, sem segredos... Apenas eu, a verdadeira Juliana! E sabes porque? Porque contigo pensei que fosse diferente... Mas pelos vistos, não foi... Sabia que já não havia nada a dizer ou mesmo que se houvesse não iria valer a pena, porque primeiro ele não me estava a ouvir e segundo nada iria mudar. - Mas bem, vou-me embora que é o melhor a fazer e há lá foram quem te queira ver... 


Dei um pequeno beijo na bochecha de David e comecei a caminhar para a porta, não o queria deixar ali queria ficar com ele até ele acordar e ter a certeza que ele estava bem, mas não o podia fazer e nem valia a pena. Abri a porta e olhei uma ultima vez para o David, virei costas e quando me estava a virar para ir embora algo me fez parar.

18 julho, 2012

Selo*


Regras: 
1) Dizer três factos sobre si.
2) Passar a cinco blogs. 
3) Seguir o blog: http://mylove1414.blogspot.pt/ 

1) – Gosto de ver um bom jogo de futebol
    - Não consigo viver sem a minha família
    - Se me derem chocolate ou outro tipo de comida que gosto, já fico feliz

2) - http://adistancianaoimpedequeeuteame.blogspot.pt/
   - http://umdiamudou.blogspot.pt/
   -http://naotesquecasdemim.blogspot.pt/
   -http://simples-rascunhos.blogspot.pt/
   -http://romanceinesperado.blogspot.pt/

3) Já segui. Sigam vocês também! 
Beijos Ju

13 julho, 2012

cap. 12

Bem, eu sei que demorei a pôr este capitulo aqui, mas como já tinha dito eu não estou em casa e é-me difícil vir aqui... Mas hoje arranjei um tempinho extra e aqui está :) Espero que gostem.

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- Eu não olho para o David de maneira nenhuma! - Não sei a quem eu queria enganar, se era ao Diogo ou se era a mim própria...

- Então porque é que ficaste tão preocupada com ele ontem? Porque é que te sentiste na obrigação de te ires desculpar sobre o que ele viu ontem? Porque é que ficaste tão abalada quando o viste a ir embora? - Mantive-me em silêncio, até porque eu não tinha a resposta para aquelas perguntas. - Ju, eu conheço-te... E acredita que me vai custar imenso perguntar isto e provavelmente a resposta que me vais dar vai-me matar, mas... Tu gostas dele certo? Ou se não gostas, existe uma grande probabilidade de isso acontecer certo?

Não queria responder-lhe, até porque a verdade é que eu não sabia e estava bastante confusa... Não sabia se a resposta á pergunta dele era um sim ou um não. Se por um lado, um grande lado, queria que a resposta fosse um "não" pelo lado pequeno que restava queria que fosse um "sim". Não pelo facto de David ser má pessoa, porque isso eu tinha a certeza que ele não era, era pelo simples facto de ele ser o David Luiz, pelo simples facto de nem podermos andar de mãos dadas na rua sem que no dia a seguir sejamos capas de tudo quando é revista cor-de-rosa, pelo simples facto de eles terem uma vida complicada.

- Olha, tens aqui a tua comida... Agora descansa que eu vou-me vestir e depois junto-me a eles - Deixei-lhe as coisas em cima da cama e dei-lhe um beijo na testa. Escolhi algo muito rápido do armário e fui para a casa de banho rápido sem lhe dar tempo de me dizer alguma coisa




- Até já - Disse assim que sai da casa de banho e fui muito rápido para o bar

- Não podes fugir para sempre... - Ouvi quando já estava a fechar a porta

Eu sabia que não podia fugir para sempre, mas isso não significava que eu o fosse deixar de fazer. Pelo contrário, iria fazê-lo até não poder mais.

Voltei para o bar onde estavam todos e ao percorrer a sala com os olhos vi quem menos queria ver naquele momento, David. Não o queria ter que enfrentar, não depois do que ele me tinha dito... Ainda me apeteceu sair dali, mas não tinha onde me refugiar, no quarto tinha Diogo e sabia se fosse para lá ele ia continuar com a história do David e ir surfar por hoje estava fora de questão. Depois de estar uns segundos paradas com os olhos fixos no David, desprendi os meus olhos dele e continuei a andar para junto deles com um sorriso falso.

Sentei-me ao lado de Andreia e de Elena e infelizmente David estava bastante próximo de mim

- Eláaah! Que afinal a rapariga usa óculos! - Disse Ruben assim que me viu com os óculos graduados. Usava óculos já á algum tempo, mas á uns meses mudei de óculos para lentes de contacto. Mas como não me apetecia pôr as lentes, pus os óculos.

- A sério?! Ainda não tinha reparado... - Disse ironicamente

- Parva! - Insultou-me Ruben para se meter comigo

- Parvo! - Respondi-lhe na mesma letra

- Então, como está o Diogo? - Ruben ia responder, mas Andreia para não começarmos meteu-se

- Oh, está mais ou menos... Agora está só um bocado cansado, mas isso deve-lhe passar

- Depois do susto que ele apanhou, mas vai ficar bem não é?

- Claro que vai, agora ele só tem que estar uns dias em repouso... Mas pronto, o que interessa é que está bem - David sorriu ironicamente e eu revirei os olhos em resposta ao riso dele

Continuamos á conversa e desta vez o tema foi futebol, algo que me agradou imenso e fiz questão de me incluir na conversa

- Temos mulher da bola! - Gozou Ruben comigo

- Mas pensas o que? O futebol não é só para os homens! - Respondi-lhe de uma forma engraçada com o dedo apontado e o nariz empinado o que levou todos a rir, incluindo eu.

Estivemos ali mais algum tempo na conversa até que

- 'Cê pode vir lá fora falar comigo? - Perguntou-me David que entretanto se tinha levantado para ir á casa de banho e quando voltou passou por mim e fez-me a pergunta mesmo com os seus lábios juntos ao meu ouvido esquerdo, algo que me fez estremecer o que não lhe passou ao lado visto que se riu, discretamente mas deu para reparar

- Acho que não temos nada para falar... - Falei mais baixo para que ninguém ouvisse ou notasse e para que depois ninguém me viesse fazer perguntas

- Temos sim! - David não se estava a dar ao trabalho de falar mais baixo algo que já estava a captar a atenção de Andreia e Elena que estava mesmo ao meu lado.

- Vamos lá para fora então - Acabei por dizer para não chamar a atenção, mais do que já tínhamos chamado.

Levantei-me calmamente e segui David que não se limitou a para quando estava fora do bar, teve que ir mesmo para a beira-mar onde tínhamos estado á uma semana atrás. Revirei os olhos assim que ali chegamos, se não tinha vontade para falar com ele então naquele momento muito menos.

- E viemos para aqui porque? - Perguntei calmamente, pois se havia coisas que eu não queria eram discussões

- Porque eu quero falar com você... - Ele suspirou e continuou calado e imóvel a olhar para o mar. Esperei uns minutos na esperança que ele voltasse a falar, mas isso não aconteceu

- Então... - Disse a olhar para ele com os olhos meio abertos na esperança que ele continuasse

- Porque você não me disse que namorava com Diogo? - David estava a falar comigo mas sem nunca me olhar nos olhos

- Eu já te disse que não namoro com o Diogo... - Ao contrário da conversa que tínhamos tido de manha, eu estava calma, não queria discutir e muito menos estar a gritar... Estava cansada da confusão que estava em mim

- É então eu vos vi aos beijos por diversão! - Atirou logo David meio chateado

- Tu viste-nos aos beijos porque eu estava com uns copos a mais do que devia...

- É, e você pensa que eu acredito no pai natal? Posso ser muita coisa mas burro não o sou!

- Olha David, se o és ou não, isso é lá contigo... Eu já te disse a verdade se não queres acreditar, finges que nunca me conheceste e eu fingo que nunca te conheci, tal como tu disseste para eu fazer... - Dizer aquilo matou-me por dentro, porque não era o que eu queria, mas se ele não acreditava em mim, tudo aquilo não alia a pena. David mais uma vez riu-se ironicamente

- Afinal você é mesmo igual a todas as outras... - Ele disse aquilo sem ter a coragem de mo dizer nos olhos

- Se eu fosse igual a todas as outras, não estaria aqui a dizer para continuares com a tua vida e fingires que nunca me conheces-te! Se eu fosse igual a todas as outras não teria fugido quando quase nos beijamos! Se eu fosse igual a todas as outras tudo o que me tinhas contado na semana passada já estava espalhado em todas as outras revistas! Não digas que eu sou igual a todas as outras porque primeiro não to admito e segundo eu sei que não sou como todas as outras! Não quero a tua fama para nada e muito menos o teu dinheiro! 

Eu continuava a falar calmamente, mas a raiva estava a apoderar-se se mim e como não estava com paciência nem vontade para ouvir mais alguma coisa da boca do David e por isso mesmo virei costas com o intuito de voltar para o bar e esquecer aquilo tudo. Mas assim que virei costas David agarrou-me pelo braço 

- O que é?! 

Só tive tempo de perguntar isto para depois David largar o meu braço e com as suas duas mãos agarrar-me na cara e beijar-me. Ao inicio ainda tentei resistir, mas depois deixei-me levar e "retribui"  beijo. Acabou por começar por algo só de lábios mas rapidamente a sua língua invadiu a minha. Se por um lado era aquilo que eu quero, por outro lado eu sabia que aquilo era completamente contra o que devia ser feito e ainda por cima dado ao que David me tinha dito antes. E por isso mesmo parei o beijo e afastei-o

- Não voltes a fazer isso! - Empurrei David e saí daquele sítio o mais rápido que pude, voltei para perto deles e depois de disfarçar sorrisos e fingir-me interessada na conversa deles para que ninguém notasse que estava prestes a partir, eles foram embora e como Diogo já se tinha juntado a nós, eu fingi um cansaço e fui-me deitar no quarto.

Já no quarto deitada de lado para a parede lembrei-me de uma frase que um dia tinha lido numa rede social "és feliz ou sabes sorrir?" parece que ultimamente sabia sorrir muito bem. Mas a verdade é que já á muito tempo que eu só sabia sorrir, já á algum tempo que os meus sorrisos não eram tão verdadeiros quanto aparentavam ser. Adormeci com estes pensamentos na cabeça e adormeci e só voltei a acordar no dia a seguir.

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Já se tinha passado duas semana dês daquele dia, as aulas já tinham começado e eu nunca mais tinha visto David e por um lado não me importava com isso. As coisas com Diogo também tinham ficado estranhas dês que ele tinha dito que gostava de mim. As coisas tinham mudado bastante, mas havia uma coisa boa, eu continuava a saber sorrir. Inês, Mariana já tinham reparado que algo se passava comigo mas sempre que elas perguntavam o que eu tinha eu arranjava sempre maneira de fugir ao assunto.

Hoje o Benfica jogava e íamos todos ver o jogo ao estádio, a verdade é que não me apetecia muito porque a probabilidade de voltar a ver David era mesmo grande e eu não o queria ver. Ainda por cima iriamos ficar mesmo perto do relvado e do banco. O dia de aulas tinha passado rapidamente e cada um dia ido a casa para comer e trocar de roupa.

08 julho, 2012

cap. 11

Bem, hoje deixo-vos aqui um capitulo (bastante) grande... Mas é para vos compensar porque em princípio vou estar uma semana sem vir aqui... Vou uma semana de férias e não sei se vou ter oportunidade de levar o portátil comigo... E por isso, deixo-vos aqui um capitulo extra e talvez, só talvez, deixe aqui outro capitulo hoje! Espero que gostem e não se aborrecem com o tamanho s: Espero que gostem :)

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Assim que ouvi aquela voz, pensei seriamente em ignorar e voltar para o quarto. Mas sabia que aquela conversa não poderia ser adiada por muito mais tempo.

- Não temos muito para falar, ontem abusamos ambos na bebida e o que aconteceu foi uma consequência disso, mais nada!  

- Para ti! - Gritou Diogo - Eu gosto de ti! Quando é que percebes isso?! - Diogo voltava a aproximar-se de mim cada vez mais, pousei a minha mão no seu peito e não o deixei avançar mais

- Não digas isso... - Interiormente desejei mil e uma vezes que aquilo não tivesse acontecido, que Diogo não tivesse dito aquilo - Não podes dizer isso... 

- Não posso porque? É o que eu sinto! E o que fiz ontem é o que eu mais quero fazer já á imenso tempo! Beijar-te, tocar-te, dizer que gosto de ti... 

- Não digas isso! - Pedi já um pouco fora do meu tom de voz - Por favor Diogo... Não estragues a amizade que temos, és o meu melhor amigo, o meu irmão mais velho e eu a tua irmãzinha! Não confundas uma grande amizade com uma coisa passageira. 

- Eu não estou a confundir nada! Só eu sei o que senti quando te vi a partir por aquela porta com o David! Só eu sei o que me custou imaginar-te a ser feliz com outra pessoa a não ser eu! Por isso é que... 

- Por isso é que  não me falaste a semana inteira... - Terminei a frase que Diogo começara - Diogo... - A verdade é que eu não sabia o que dizer, estava sem reação

-  Eu não te quero perder... 


- Nem eu a ti... Mas eu não te vejo da mesma maneira que tu me vez a mim! Diogo, esquece o que sentes por mim


-  Mas eu não quero esquecer! - Gritou afastando-se de mim


- Fica já com a noção de que entre nós, não vai acontecer nada! O que se passou ontem foi porque estava bêbeda! És o meu melhor amigo e é só isso! - Voltei a pegar no copo de leite e voltei para dentro onde os outros já se começavam a levantar. Vi Andreia junto ao balcão com a cabeça apoiada na sua mão esquerda com uma má cara, juntei-me a ele e ri-me - Epa, já vi que isso está pior que eu! 


- Nem me fales! E para ajudar ás dores de cabeça parece que passou um camião em cima de mim! - Rimos as duas e depois ficamos em silêncio

Eu estava com uma mão apoiada no meu queixo e fiquei a olhar para o nada, não acreditava que aquilo estava a acontecer. Não acreditava que Diogo gostava de mim, de uma maneira que eu não gostava dele. Não sabia como iriam ser as coisas daqui para a frente, não sabia se algo iria mudar, não sabia se nos íamos afastar ou se ele iria saber distinguir as coisas... Sabia que não o queria perder, mas que provavelmente isso seria o que iria acontecer. Mas como? Como é que eu me iria habituar á ausência de alguém tão importante na minha vida? Isso já tinha acontecido uma vez e até hoje, não me conseguia habituar. Diogo era demasiado importante, ele era o irmão e o pai que eu nunca tive, estava sempre do meu lado para me ajudar, para me proteger, para me fazer rir... Mas era isso que eu via nele, um bom ponto de abrigo, mais nada, não sentia mais nada por ele a não ser um grande carinho e admiração. Como é que ele poderia sentir algo mais por mim?

- Juliana? - Deu-me um abanão do braço - Juliana? 


- Ahm? 


- Estás a ouvir alguma coisa do que eu estou para aqui a falar? 


- Ah, não desculpa Andreia... Estou cheia de sono e esta dor de cabeça não ajuda nada! -  Pus na cara o meu melhor sorriso fingido e inventei uma desculpa a ver se Andreia acreditava e para minha sorte, acreditou mesmo

- Oh, sei tão bem do que estás a falar! - Rimos as duas

- Alguém viu o Manz? - "manz" era como David e Ruben se tratavam

- Não sei, não o vejo dês de ontem... Ele saiu lá do bar com uma cara abatida, não sei o que se passou... - Disse Andreia

"Yay, só coisas para eu me fazer sentir melhor" - Pensei para mim

- Eu vi-o... Quando eu acordei estava ele a ir embora 


- Mas sabes para onde ele foi? 


- Não, só o vi mesmo a arrancar... - Acabei por mentir e não contar que tinha estado á conversa com ele, porque primeiro já sabia que o Ruben iria perguntar sobre o que tínhamos estado a falar com aquele ar de aí-á-coisa e segundo porque não fazia intenções de contar a conversa. - Mas porque? 


- Porque tal como a Andreia, eu e toda a gente não o vê dês de ontem e ele não responde nem a mensagens nem a chamadas... 


"Para a próxima fico calada... Agora estou preocupada!" - Eu tinha visto a maneira como David tinha arrancado daqui, tinha medo que tivesse acontecido alguma coisa...

- Pois não sei, mas depois quando souberes de alguma coisa diz... 


- Ohh, preocupada com o menino bonito de caracóis? - Ruben não me conhecia á muito tempo, mas tinha uma habilidade de gostar de me chatear

- Ohh, então a vossa relação já avançou? Ainda no outro dia tu eras o mais bonito e agora ele é que é o menino bonito? Que fofinhos! - Se Ruben gostava de se meter comigo, eu também não perdia uma para me meter com ele

- E claro que sou o mais bonito! Eu tenho mais fãs... 


- Lamento informar-te Ruben, mas o David é o que tem mais fãs - Fábio entrou na conversa com o seu sotaque nortenho

- O David só tem fãs por causa do cabelo! As minhas fãs são pelo pacote completo! - Todos rimos com a afirmação de Ruben

- Aí é? Então qual é o pacote completo? - Perguntei

- Então, primeiro porque jogo muito melhor que ele... Segundo porque sou mais bonito e terceiro mas não menos importante sou muito mais sexy que ele! - Com esta de Ruben, todos nos desmanchamos a rir em gargalhadas prazerosas - Não sei do que vocês se estão a rir... É verdade! 


- Oh Ruben... E com esta tu podes pegar nas tuas coisas e pores-te fora deste estabelecimento! - Disse entre imensas gargalhadas

- Até parece que eu disse alguma mentira

- 'Cê não é nada convencido! - Disse Luisão

- Realista meu caro! Realista!

Diogo que até então tinha estado lá fora, entrou finalmente no bar com uma cara bastante abatida. Senti-me culpada porque sabia que a razão de ele estar assim era minha e pior fiquei quando ele olhou para mim, sabia que tinha estado a chorar, conhecia-o bem demais e era a única que sabia que quando Diogo chorava formavam-se duas pequenas rugas na sua testa. Diogo passou o bar todo sem dizer uma unica palavra a ninguém e quando entrou na arrecadação fechou a porta com imensa força.

- Wow, só eu é que reparei que ele não estava lá muito bem disposto? - Perguntou Elena

- Ena, á imenso tempo que não via o Diogo assim... - Disse Mariana

- A ultima vez que o gajo esteve assim foi por causa de uma miúda... - Comentou Márcio

"Boa... Desta vez a culpa é minha..." - Pensei para mim mas remeti-me ao silêncio

- Ju, porque não vais falar com ele? - Perguntou-me Mariana

- Se ele não me tem falado dês da semana passada porque iria falar-me agora? - Tentei dar uma desculpa para não ir fazer com ele, mas Mariana continuou a insistir durante mais algum tempo - Epá, que chata! Eu vou lá! - Ela sorriu vitoriosamente o que me levou a pensar que ela sabia de alguma coisa, mas isso falaríamos numa outra altura.

Andei para a arrecadação com o meu coração a mil, não sabia o que iria fazer, nem o que dizer, nem como reagir... Era estranho ter que estar a fazer aquilo, era estranho estar naquela posição, tudo aquilo era estranho e eu desejava mil e uma vezes que não tivesse o meu melhor amigo a dizer que gostava de mim, da maneira que melhores amigos não o deviam fazer!

Ainda estive alguns segundos a agarrar só o puxador da porta, mas lá ganhei coragem, respirei fundo e abri a porta. Vi que Diogo já não lá estava e uma das suas pranchas também não estavam lá, por isso deduzi que ele tivesse ido fazer surf. Diogo, tal como eu, ia fazer surf sempre que precisava de espairecer e pôr as ideias em ordem... Ainda pensei em voltar para dentro, mas algo me disse para ir falar com ele. Saí da arrecadação e fui em direção ao mar para o chamar, fiquei preocupada porque o mar estava "revoltado" e Diogo estava muito perto das ondas.

Assim que cheguei á beira-mar, chamei Diogo vezes e vezes sem conta mas Diogo, apesar de saber que eu estava ali pois já tinha olhado para mim continuou a surfar

- Diogo, sai pelo menos das rochas! - Gritei a modo que ele me ouvisse, coisa que Diogo ignorou.

Desisti de chamar o seu nome, mas não desisti de falar com ele e por isso mesmo sentei-me na areia á espera que ele deixasse de ser orgulhoso e viesse falar comigo. E mais tarde ou mais cedo, Diogo iria ter que sair do mar. Fiquei a vê-lo a fazer surf, admirava-o porque ele surfava extremamente bem, fazia-o com alma, coração e paixão. Mas por um lado estava preocupada, o mar estava bravo e Diogo muito perto das rochas e no estado em que Diogo estava tinha medo que ele perdesse o controlo da prancha. Estava a pensar nisso quando veio uma onda e apanhou Diogo

- Diogooooooooooooooooooo! - Gritei preocupada. Continuei á procura dele mas não o conseguia encontrar e ainda por cima Diogo estava mesmo na zona de rebentação.

Corri até ao bar para ir buscar a boia salva vidas que estava dentro do bar, ainda ouvi de relance eles a perguntarem o que se passava mas estava tão preocupada e tão apressada que nem lhes respondi. Voltei a correr em direção ao mar e só tive tempo para tirar os chinelos e nadar até Diogo, ainda tive algum tempo a procura-lo mas assim que o encontrei pu-lo em cima da prancha e nadei, com imenso custo devido ao peso de Diogo, até fora da água onde já se encontravam todos de volta de nós a fazer imensas perguntas. Peguei no pulso de Diogo e não havia sinais de pulsação o que me preocupou, pus em prática o curso de primeiros socorros que tinha tirado á uns meses e comecei a fazer reanimação cardio-pulmonar, que se baseava na massagem cardíaca e na respiração artificial que era o que as pessoas chamavam "respiração boca-a-boca". Passado algum tempo naquilo, não muito, vi Diogo a recuperar e a deitar toda a água e aí já pude respirar de alivio.

- Diogo, nunca mais faças isto! - Abracei-me a ele com toda a força que tinha naquele momento

- Desculpa, desculpa... - Ia-me pedindo Diogo com a voz fraca

Com a ajuda dos rapazes, levamos Diogo para dentro e depois de nós insistirmos para ele ir ao hospital e Diogo dizer que não queria, acabamos por optar em chamar o seu médico que fazia consultas ao domicilio. O médio chegou não muito tempo depois e enquanto Diogo estava a ser examinado, nós estávamos cá fora a falar

- Mas como é que lhe aconteceu isto? - Perguntou Inês

- Não sei... Ele estava a surfar perto das rochas e o mar estava bravo... Eu ainda o avisei para ele sair dali mas ele não me deve ter ouvido - "ou ignorado" pensei para mim, mas não o ia dizer - e depois veio uma onda e ele perdeu o controlo da prancha... E ainda por cima estava mesmo nas ondas de rebentação 

- Mas pelo que eu vi ontem, o Diogo surfa mesmo bem! Algo deve ter acontecido... - Comentou Javi e era verdade, Diogo surfava mesmo bem...

- Pois, não sei, não deu tempo para eu falar com ele... 

- Mas ainda bem que lá estavas tu para o salvar... - Falou Ruben e desta vez sem o ar gozão que lhe era tão característico

- É, não sabia que você sabia fazer essas coisas... - Brenda concordou com Ruben

- Só sei porque tirei um curso de primeiros socorros á meses atrás... E foi o que me valeu! 

- Mas o que interessa é que ele está bem... - Falou Mariana

Toda a gente concordou e estivemos mais algum tempo á conversa até que o médico nos veio dizer que felizmente Diogo estava bem, tinha só um arranhão na perna devido a um corte que a prancha lhe fez mas de resto estava tudo bem. Agora ele precisava de descanso. Finalmente respiramos todos de alívio, mas principalmente eu, porque se acontecesse alguma coisa a Diogo, a culpa seria minha e nunca me iria perdoar.

Depois de o médico ir embora, Diogo quis ir para o quarto descansar e nós ficamos na sala, entretanto como já eram horas de almoçar e não estava a apetecer ninguém cozinhar mandamos vir pizzas. Não demorou muito para as pizas chegarem e depois de comermos eu fui levar uma fatia de piza a Diogo e um sumo... Entrei no quarto e estava ele sentado na cama com uma foto nossa na mão, tinha sido tirada por Mariana á um ano, estávamos os dois desprevenimos e Diogo estava a preparar-se para fazer surf. Ambos adorávamos aquela foto


Foto que Diogo tinha na mão
(Eu sei que na foto está o zac efron, e o zac efron entra na minha fic como o Márcio. 
Mas vá, esqueçam esse pormenor e imaginem a personagem do Diogo xD )
- Diogo, trouxe-te comida... - Ele apressou-se a esconder a foto - Escusas de esconder a foto porque eu vi... - Ele voltou a tirá-la e pôs um sorriso na cara, no entanto, um sorriso com alguma mágoa


- Lembro-me tão bem deste dia... Foi o dia em que acordaste para a vida, o dia em que voltas-te a ser a Juliana que todos conhecíamos! 


- Foi no dia em que vocês todos me abriram os olhos, o dia em que eu me apercebi das asneiras que eu tinha feito e no rumo que a minha vida estava a tomar... 


- Tudo isso porque viste a tua mãe e nós todos a chorar e a desmoronar mesmo á tua frente... 


- Sim, porque me apercebi que vos estava a fazer sofrer... - Ficamos em silêncio durante algum tempo - E estou-o a fazer agora... 


- Eu sabia que ia ser assim, sempre soube que não gostavas de mim como eu gosto de ti... - Eu ia a falar mas ele interrompeu-me - Não tenho mesmo hipóteses contigo pois não? - Eu permaneci em silêncio e passado algum tempo, a muito custo abanei a cabeça em sinal que "não" - É, acho que sempre soube disso também... Mas sabes o porque de ter deixado de falar contigo? Eram ciumes mas sabes o que era mais? - Ele fez estas perguntas não estando á espera de uma resposta minha e continuou logo - Foi porque dês que o David apareceu, vi-te a olhar para ele da maneira que eu sempre quis que olhasses para mim!