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“De: 9********1
Oi, espero que esteja tudo bem com você J E que o nosso jantar de amanha também J
Beijos, David Luiz”
Olá, é claro que o nosso jantar de amanha continua J E sim, estou bem espero que tu também
estejas. Mas eu vou dormir que amanha acordo cedo :b
Beijo”
Pousei o meu livro, coloquei o alarme e pus o
telemóvel debaixo da almofada como fazia sempre e devido ao cansaço, mal fechei
os olhos adormeci com o David na cabeça, tal como acontecia sempre no último
mês. O dia seguinte passou normalmente, tinha trocado umas quantas mensagens
com David a dizer a minha morada e quando estava a chegar a hora da saída
começava a ficar nervosa, as meninas desejaram-me boa sorte e fui logo directa
a casa onde tomei um banho demorado, quando saí da casa de banho vi que já
só tinha quarenta minutos. Fui para o quarto e procurei algo para vestir e
depois de vinte minutos parecia que tinha acontecido a terceira guerra mundial
no meu quarto pois estava cheio de roupa e sapatos por tudo quanto era sítio.
Vesti-me rapidamente e pus uma maquilhagem bastante
simples e nada pesado e o cabelo deixei-o ficar com os seus jeitos que tanto
gostava. Quando já estava pronta vi que já tinha uma mensagem do David a
dizer que já estava á porta, mudei as coisas para a mala castanha, deixei um
bilhete para a minha mãe caso ela chegasse primeiro que eu e passei pelo
espelho uma última vez. Finalmente sai de casa e vi David encostado á porta do
seu carro, estava lindo, mais do que estava habitualmente. O meu coração, por
razão desconhecida, começou a bater descompassadamente, começava a ficar
nervosa e isso não me agradava.
- Desculpa a demora – Disse depois de
cumprimentar David
- Valeu a espera! ‘Cê tá linda – Disse
David olhando-me de cima a baixo reparando na minha vestimenta
- Oh, estou normal! – Corei – Mas tu
também estás muito bonito! – David envergava uma uma camisola branca em
V com um casaco de fato preto e umas calças de ganga escura. Estava sem dúvida
nenhuma lindo e charmoso.
- P’ra tentar
fazer concorrência a você! – Ri-mos os dois
- Acho que
assim vou ficar mais vermelha que um tomate – Disse acanhada – Vamos? – Pedi numa tentativa que David
parasse de me pôr sem jeito e ele riu
- Vamo’
No carro a conversa foi animada e quando dei por nós
estávamos num restaurante lindo no Guincho. A fachada do restaurante era
bastante simples mas bonita e quando entrámos fiquei maravilhada
parte de fora do restaurante |
- Ena, isto é lindo – Constatei quando já estávamos
sentados na nossa mesa mesmo com vista para o mar
vista do lugar de Juliana e David |
- Ainda bem que
gostou – Sorriu-me e retribui-lhe
O resto do jantar correu bem, David falou-me mais
sobre ele e eu falei mais sobre mim, falamos ambos dos nossos gostos e preferências
e no final, despois de uma grande discussão sobre quem pagaria, David pagou
- É injusto! Eu
podia perfeitamente ter pago a minha parte… - Reclamei já fora do
restaurante
- Mas se fui eu
que paguei não tinha jeito nenhum ser você a pagar
- Mas isso é
cliché! Isso era no tempo dos nossos avós e dos nossos pais que se dizia que o
homem é que tinha que pagar
- Não é cliché
– Entrámos dentro do carro e vi David a conduzir para algum sítio sem ser a
minha casa, mas estava a gostar tanto daquele serão que nem me importei – É romântico, ou pelo menos nos tempos dos
nossos avós e pais era…
- Tempos
diferentes, as coisas evoluíram… E o que antes era romântico, agora virou cliché
- Depende do
seu ponto de vista
- Sou daquelas
pessoas que gosta de ter o ponto de vista que é do contra – Rimos os dois –
Estou a falar a sério, gosto imenso ser
do contra ás vezes só mesmo para chatear as pessoas. Por exemplo, se fosses tu
a dizer que era cliché eu iria dizer que era romântico, só mesmo para ser do
contra – Voltamos a rir os dois
- Já reparei
que sim – Disse David desviando o olhar da estrada e olhando-me, sorri-lhe
e vi um sorriso também nascer no seu rosto. Continuamos a conversa e passado um
pouco reparei que estávamos a ir para o sítio onde tudo começou, assim que David
estacionou e ao sair do carro eu sorri ao recordar o nosso dia
- Posso saber
porque está a sorrir? – Perguntou-me assim que já estávamos lado a lado
- Estava apenas a recordar o dia que passamos aqui… - Ele também sorriu, sentámo-nos num banco que lá estava e depois de algum tempo em silêncio olhei para David e perguntei o que já á algum tempo me estava na cabeça – David… - Ele olhou para mim – Ontem, no hospital antes de o médico entrar… - Em meros segundos recordei as palavras de David “Você não percebe pois não?” – O que me ias dizer? – Assim que fiz aquela pergunta David voltou a olhar em frente e a pregar o seu olhar no mar negro, fazia-se sentir um vento no ar, mas nada que não se aguentasse, vi-o a suspirar e a voltar a pregar o seu olhar em mim
- Você e
diferente sabe? De todas as outras garotas, mesmo que eu tenha dito o contrário…
- Aquilo não estava a fazer o menor sentido – Não suportei ver você com o Diogo, era como se estivesse a ver uma
grande parte de mim fugir… Sabe aquele medo que você tem de perder algo que não
é seu? Eu fiquei com esse medo e voltei a subir os meus muros – Ia falar para
perguntar o porque mas David interrompeu-me – ‘Cê lembra do dia em que estivemos aqui? Quando você foi comprar os
hamburgers? – Acenei que sim com a cabeça – Lembra de ter ficado á espera que eu acabasse o telefonema? E depois de
me ter perguntado se eu estava bem? – Voltei a acenar que sim com a cabeça
e a recordar mentalmente
“Flash back – on –
Paguei e depois voltei para o carro, onde David me esperava. Quando
entrei no carro, notei que o semblante de David tinha ficado carregado, algo
que me preocupou
- Desculpa estar-me a meter mas... Estás bem?
- Sim, nada que não passe não... Bem, onde quer ir comer?
- Desculpa estar-me a meter mas... Estás bem?
- Sim, nada que não passe não... Bem, onde quer ir comer?
Flash back – off – “
- Então… Tempos
antes de conhecer você, eu tava junto com uma rapariga, nós começamos lá no
Brasil mas depois eu vim para cá, continuámos o namoro mas as coisas ficaram
complicadas… Mas sempre que eu podia eu ia lá visitar ela e um dia preparei uma
visita surpresa, ninguém sabia de nada somente minha mãe que me ajudou… Aí eu
tinha as chaves de casa dela e entrei sem a avisar e bom… O que vi na sala não
foi algo muito bom, vi meu mundo a desmoronar, vi a mulher que eu amava deitada
na cama com outro… - Ouvir aquilo custava-me, David estava a sofrer e isso
custava-me. Ele parou por uns instantes e eu agarrei a sua mão como que dando-lhe
força, ele sorriu apertou a minha mão com mais força e depois continuou – Ela naquele momento não me disse nada, mas
depois de eu voltar para Portugal os seus telefonemas e mensagens pedindo
desculpas eram constantes… E ai houve um dia que ela veio cá numa tentativa de
ficarmos juntos, a gente teve alta discussão e depois ela foi embora… Nunca mais
me tinha ligado até aquele dia dizendo que ainda gostava de mim e que tava
arrependida…
- Wow, desculpa
David, não sabia nada disso…
- Deixe-me acabar… - Calei-me e esperei que ele continuasse
– E agora ‘cê tá aqui á minha frente, a
virar meu mundo ponta-cabeçeira! A fazer com que voltasse a querer só uma única
pessoa! Eu tive medo de a perder para o Diogo e você nem é minha! Vi em si tudo
o que sempre quis, esse seu jeito de ser e de estar… Esse seu jeito de
menina/mulher me fascina, tudo em si me fascina e me dá uma vontade enorme de a
ter para mim para todo o sempre!
- David… - Disse assim que o vi a aproximar a sua cara da minha
- Não diga nada... - David aproximou a sua cara da minha, levou a sua mão ao meu pescoço e beijou-me e pela primeira vez deixei-me levar pelo momento. Não demorou muito até que a sua língua começasse num bailado perfeito com a minha e naquele momento sentia-me feliz. Não sabia o que se iria passar depois daquilo, mas naquele momento estava feliz. Quebrei o beijo quando precisava de recuperar a respiração e ambos sorrimos, ficamos naquela troca de olhares em silêncio durante algum tempo até que eu quebrei o silêncio
E agora?
O que irá Juliana dizer a David?
E como vai ser daqui para a frente?