23 junho, 2012

Cap. 4

Na minha mente, ia respondendo aquela figura tão conhecida nos media. Agora, que ele estava á minha frente, achava-o ainda mais bonito. Era alto, o que me fazia sentir ainda mais pequena do que já era, os seus caracóis eram perfeitos, caracóis esses desalinhados que caiam sobre os seus olhos verdes lindos e tinha sardas espalhadas pela sua cara. E eu, estava ali feita tonta a não conseguir articular uma unica palavra que fosse!

- Hm? - Foi a unica coisa que consegui acabar por dizer, notei um breve sorriso na sua face

"Boa, agora pensa que sou uma idiota!" pensei para mim.

- Parabéns! - Aquela conversa estava a ser no minimo, estranha. Primeiro porque era estranho ter ele a falar comigo, eu era apenas... Bem, eu era apenas eu. Uma rapariga de 17 anos que não eram nem minimamente conhecida. E segundo porque não fazia a menor ideia porque é que ele, David Luiz, jogador do Sport Lisboa e Benfica, meu clube de paixão me estava a dar os parabéns.

- Desculpa, mas não estou a perceber! - Acabei por dizer numa tentativa de ele me explicar aqueles "parabéns"

- Á pouco, ali dentro, 'cê dançou muito bem!  - Terceiro? Porque estava-me a elogiar!


- Ah... - Não sabia muito bem o que dizer - Bem, obrigada - Acabei por agradecer e sorrir-lhe. Não podia deixar de sorrir quando tinha um dos meus ídolos a elogiar-me. David sorriu-me também, o que fez com que me perdesse naquele sorriso. 


- De nada, bem, vou-me juntando a eles vem também? 


- Sim, sim... Preciso só de ir ao balcão buscar a minha sandes 


- Vou com você então, se não se importar!


- Claro que não me importo

Começava a achar que aquela conversa tinha tido tanto de constrangedor para mim, tanto como para David.  Depois daquele pequeno diálogo, nenhum de nós sabia o que dizer. E para ser sincera, preferia assim, preferia que aquela mini conversa ficasse por ali e que eu a guardasse na minha memória do que acabar por me envolver demais, como acabava sempre por acontecer, e depois ser tarde de mais.

Quando chegamos ao pé deles, estavam todos a ver um filme, saw IV. Já tinha visto aquele filme imensas vezes, gostava de filmes de terror, aliás, eram os meus preferidos. Sentei-me num puff a comer e a ver o filme, quando acabei de comer pousei o prato e a lata da coca cola na mesa e fui buscar uma manta pois estava a começar a ficar com frio depois aconcheguei-me melhor a maneira de estar mais confortável e continuei a ver o filme até que me deparei com um cenário lindo ou enjoativo, depende da maneira de ver. Estava o Fábio Coentrão, Luisão, Saviola, Javi Garcia, César Peixoto e Carlos Martins cada um no seu puff com a sua respectiva namorada/mulher. Depois havia Inês e Bruno também estavam agarradinhos e depois havia também Márcio e Mariana num juntos agarradinhos como se fossem dois namorados e por fim, havia eu, o Diogo, o David e o Ruben Amorim sozinhos num puff, eramos como que as "velas" daquela sala.

Olhar para aqueles casais todos fizeram-me pensar no passado e fez-me aperceber-me ainda mais que ter namorado com o Rodrigo tinha sido o maior erro da minha vida. Tinha-me feito perder um ano da minha vida, perder várias amizades, perder a dignidade... Mas pior que isso tudo, perder o coração, perder a capacidade de voltar a amar. E de um momento para o outro, senti-me sozinha numa sala cheia de pessoas, sozinha num mundo cheio de pessoas. Não devia ter sido assim, eu não devia ter desiludido quem gostava de mim, devia ter continuado na rapariga amorosa que sempre tinha sido, continuado a fazer parte do quadro de honra da escola e não ter chumbado. Mas talvez tenha sido melhor assim, tornou-me mais forte e fez-me perceber quem eram realmente as pessoas verdadeiras.

Com os pensamentos tristes que tinha tido, deu-me uma vontade tremenda de ir fumar. Já não o fazia á um ano, mas tive uma enorme necessidade de o fazer... Talvez isso fizesse a dor que se tinha acumulado em mim desaparecer, ou talvez a atenuasse só um bocado... Sabia que não podia, mas naquele momento a vontade era maior...  Levantei-me sem ninguém notar e fui até ao balcão onde sabia que Márcio guardava o seu maço de tabaco, tirei um cigarro e o isqueiro que estava ao lado e fui lá para fora com a esperança que ninguém me descobrisse.

Acendi o cigarro e ainda hesitei em levá-lo á boca, antes de o pôr na boca ainda levei o cigarro á boca e quis apagá-lo umas cinco vezes. Quando estava prestes a dar o primeiro bafo

- Mas que merda é que tu vais fazer?! - Ouvi uma voz que para mim, era bastante conhecida e sabia que estava metida em "sarilhos"

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